domingo, 12 de agosto de 2012

He moves... I can feel it!

Quanto tempo sem escrever! Estou trabalhando na Mastologia no momento, e esse é um estágio bem puxado na residência. Além disso, estou dando muuuuuuitos plantões (aproveitando o gás que o 2o trimestre da gravidez dá e, principalmente, o desespero que as contas chegando dão na gente, heheh!). Enfim... postagens mais esparsadas é o que nos espera.

Esta sexta-feira algo incrível aconteceu: senti o Vicente mexer! Na verdade, eu já estava sentindo algumas coisas esquisitas, mas eram pontadas, uma dor, sabe... aí passei o ultrassom que temos na sala de pronto-atendimento às gestantes e vi ele chutando e eu sentindo! Foi ótimo, pois agora identifico certinho quando o meu amorzinho está acordado e quando está dormindo.
Que sensação maravilhosa, que privilégio ser mãe desse menininho!

Muitas coisas boas têm acontecido nas últimas semanas, mas acho que a melhor delas foi a entrega definitiva de nosso apartamento, após a reforma. Está a coisa mais linda do mundo! Eu e o papai Maurício passamos o dia de ontem limpando e organizando tudo e hoje, após o almoço de dia dos pais, segundo tempo à vista! O Mau está super feliz e orgulhoso no seu primeiro dia dos pais: ganhou kit banho para ele e para o Vicente, já que essa será sua função: dar banho no pequeninho.

Tem uma coisinha me incomodando agora, que é o Trabalho de Conclusão de Residência. Vou escrever a Introdução e os Materiais e Métodos esta semana. Será assim: amanhã termino as atividades da residência lá pelas 17h, e vou escrever até as 22h. Na quarta-feira a mesma coisa e na quinta-feira escrevo das 13h às 17h. Entrego aos chefes para revisão na sexta. Fica para depois passar os dados das pacientes numa tabela.

O pai e a mãe estão na Itália agora, e, pelas fotos e postagens deles, parece estar tudo maravilhoso com os dois. Agora estou aqui na casa da minha sogra e vamos saborear um delicioso almoço de dia dos pais: pierogi ao molho de nata, filés de frango recheados com abacaxi e ameixa e de sobremesa, sagu de laranja com canela, além de deliciosos dois-amores. Não é demais? Estamos comemorando hoje também os 25 anos da minha cunhada, a Rachel. Parabéns, cunhada e amiga.

Só posso, mais uma vez, agradecer ao Criador por tão maravilhosa vida que criou para mim e para minha família. Obrigada por um dia dos pais tão especial, e não consigo esquecer do meu pai da Terra, que está longe fisicamente, mas muito perto de meu coração, e do meu Pai do Céu, meu verdadeiro Pai, que não me esquece nunca. Um dia também não me esquecerei Dele em nenhum instante da minha vida.

Um grande beijo, Vida!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pequenas Alegrias.

Dia 19.07.2012. Um dos raros dias desde 01.02.2012 que choro de tristeza por estar aqui. Tristeza? Acho que não é essa a palavra certa não. Choro de saudades.
Bom, já falei por aqui que, em dezembro, quando decidimos que o Maurício iria pra Curitiba este ano, chorei quase uma semana. Mas chorava no ombro dele, né?
Aí ele foi embora e fiquei tranquila, por incrível que pareça. Claro que em raros domingos, na hora de voltar pra São Paulo, eu dava uma choradinha, né, ninguém é de ferro. Mas era só entrar no ônibus que a tristeza passava e lá estava eu, pronta pra outra semaninha.

Ontem eu saí do plantão, às 19h, determinada a comprar umas roupas pra mim (também já escrevi sobre isso aqui). Mesmo super cansada, enfrentei o shopping das 20h às 23h, e voltei pra casa recheada de coisas bonitas. E suuuuper animada para hoje, pois estaria bem vestida.

Acordei com preguiça (coisa rara esse ano), mas me arrumei, e até o meio-dia, tudo foi bem. À tarde foi me dando uma saudade tão grande do Maurício, mas tão grande... que parecia que eu nunca mais ia ver ele na vida. Estou sonhando com ele todos os dias, conversando em sonhos, e isso parece que aumenta ainda mais meu desejo de estar perto.

Tadinho, não gosto que ele escute eu chorar por telefone, porque não tem muito o que ele possa fazer... mas se fosse o começo do ano, eu juro que eu pensaria seriamente em largar tudo aqui e voltar pra perto do meu marido, pro meu lugar. Agora isso não faz mais sentido, e acho que nunca faria, pois se não fecharmos os círculos que abrirmos... que lição tiraremos da vida? Quero e preciso terminar a residência!

Mas o que me deixou mais feliz.... foi que a saudade-tristeza durou bem pouquinho. Já está brilhando a saudade-alegria aqui. Se eu não fizer de tudo pra ser feliz hoje, com o que eu tenho, quando é que vou fazer? Quando eu tiver a vida perfeita? Aham, espera sentada, filha!

Li um blog de uma menina (www.mamaenadia.com), que toda semana escreve sobre as pequenas felicidades dela com a familia e com ela mesma. Achei tão lindo, que às vezes parece que a vida dela é perfeita, quando, com certeza, não é. Sei que é plágio (hehe), mas plagiar coisas que nos fazem felizes e não fazem mal a ninguém, não tem problema!... Vamos instaurar as pequenas felicidades por aqui também! Só que aqui elas se chamarão Pequenas Alegrias - porque felicidade não depende dos fatos, mas da gente mesmo, enquanto que alegrias, estas sim estão aí para serem saboreadas. Mais um exercício de focar nas coisas boas (na verdade.. o que na vida não é bom?) e valorizar os momentos mais simples, e, portanto, mágicos, de nossa passagem por aqui.

Já fico feliz só em começar! Que piegas, mas a Pollyana estava certa com o seu jogo do contente (quem não leu?)

Bom, felicidades da semana, 1o episódio:

- Sábado acordei com o Maurício indo trabalhar, feliz como sempre, dormi até mais tarde, fui ao Ibirapuera caminhar com o Vicente e mostrar a ele como a natureza é linda aqui. Depois voltei, arrumei as nossas malas (adoro arrumar a mala do papai), banho gostoso e... aeroporto! Foi uma aventura: táxi+ônibus+avião+carro, tudo só nós 3, pra chegarmos a um lindo evento organizado pela AFECE, entidade que cuida de crianças especiais, com muito carinho - participamos da SOPA AMIGA. Lá encontrei meus amigos, minha família, a mais nova bisa, vó Clô (que eu não via há muitos meses) e todo mundo que amo! Sem contar que estava tudo uma delícia.
- No domingo tive o maior prazer do mundo em comemorar os 50 anos do meu pai. Consegui ajudar minha mãe, consegui conversar com os convidados e não consegui falar tudo o que queria pro meu pai nesse dia. Quem mandou ser chorona?
- Pequena alegria do domingo à noite: voltei de ônibus leito pra sampa! Maravilha, parece uma cama!
- Segunda-feira fui ao Outback com o pessoal da residência, despretensiosamente, e foi muito bom! Saímos daqueles papinhos chatos do dia-a-dia e conseguimos conversar coisas um pouquinho mais filosóficas. Coisa rara, mas me senti bem lá!
- Na terça tive um plantão que começou caótico, com paciente convulsionando, sangrando até os tubos... mas tudo se resolveu, trabalhei bastante, com alegria e consegui dormir por 4 horas ininterruptas! Viva!
- Quarta comecei o dia dando carona pra um auxiliar de enfermagem que me contou sua história de vida (meu Deus, por que eu reclamo??), tomei um café de padaria bem paulistano, fui ao hospital, à tarde direto a outro hospital para plantão... e compras à noite! Alegria do dia: saldão na Zara!!!
- Hoje também tive uma pequena felicidade. Almocei aqui na moradia com meu amigo Marcos (um dos únicos colegas que considero amigo mesmo. Vocês não têm noção da pessoa que ele é... uma Bondade que não se vê por aí) e tivemos uma conversa muito, mais muito bonita. Tenho certeza de que o Vicente gostou e aproveitou.

E agora... vamo que vamo! Operar amanhã e, a hora que der, ir pra Curitiba! Bóra arrumar as malas e deixar tudo certinho.

Beijos!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fraldinha de pano!

Estive lendo sobre a volta das fraldas de pano. Ainda bem, não são aquelas branquinhas fechadas com alfinete e cobertas com calça plástica que minha mãe usava na gente (descartável, só no fim do ano, pra ir pra praia!). Elas estão mais modernas e, segundo relatos, mais seguras.
Que o contato da pele com o plástico é ruim, eu sei. Canso de dizer às pacientes, principalmente às que têm candidíase de repetição, pra usarem calcinha de algodão, calça larga e esquecerem os protetores diários da vida. O mesmo vale para os bebês, penso eu.
Mas nunca conheci ninguém adepta à nova-velha moda das fraldas de algodão.
Ser ecologicamente mais correta, diminuir a chance de assaduras, ser mais barata para os pais, ter estampas lindas e ser vintage ao mesmo tempo... não é muito bom pra ser verdade?
Será que vale a pena testar?

Segue o vídeo (ótimo) sobre o tema, e uma reportagem de Crescer, pra quem se interessar...

Beijos!

Mari do Vicente!

http://vimeo.com/momentoambiental/bebe

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI113151-10496-3,00-A+VOLTA+DAS+FRALDAS+DE+PANO.html

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Papai está chegando!

Tenho certeza de que o Vicente está muito feliz: daqui a pouco vamos buscar o papai no aeroporto. E isso me faz lembrar quando eu ia buscar o meu papai (que nunca foi papai, sempre pai) no aeroporto, em Curitiba.
Olha, eu lembro da sensação de alegria ao entrar no carro com a mãe e a Carol, fazer aquela looooonga viagem até São José dos Pinhais, descer, sentir "cheirinho" de aeroporto, escutar a moça no autofalante (e decorar as falas) e, finalmente, ficar olhando pessoa por pessoa sair daquela porta, na esperança de a próxima ser o meu pai.
Claro que, se a viagem fosse longa, assim que nos abraçávamos eu já pensava no presente (essas crianças...), mas na maioria das vezes a viagem era curtinha, e era o abraço apertado que a gente queria.
Uma época ele prestava serviço para uma fábrica de doces (aqueles de festa junina, sabe? doce de abóbora, gominha, pé-de-moleque...). Era o céu! Toda vez ele trazia uma caixa e nós até levamos pra escola um dia.

E, pensando em tudo isso, penso na alegria que estou sentindo de ir buscar o Maurício. Claro que a alegria de esposa, de namorada, eu tenho há muito tempo.... mas agora a alegria de buscar o "papai" voltou com tudo!

Meu pai fará 50 anos no domingo, e vamos pra Curitiba participar da sua festa de aniversário.
Essa semana, ele veio pra São Paulo num bate-e-volta e, das 8 horas que ficou aqui, umas 4 eu fiquei com ele. Não é tudo de bom? Que privilégio!

Pai, você continua sendo meu heroi. Te amo!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Rumo a Curitiba!

Eba! Fim-de-semana está batendo na porta, e amanhã eu e Vicente vamos pra Curitiba! Depois de duas cirurgias, claro, pois mamãe tem que aproveitar a residência... e operar!
Essa semana aconteceu algo interessante. Desde o fim-de-semana passado que estou me sentindo feia (aliás, desde o começo da gestação, mas isso só tem se agravado). Sabe aquele dia que, não importa o que você faça, o cabelo não ajeita, a pele fica feia, a roupa não assenta?   Isso pra mim está sendo tododia! Sem contar que o monstro da acne renasceu das cinzas, e toda a isotretinoína (o Roacutan, sabe?) que tomei na vida não valeu de nada! Descobri que eu sou profundamente dependente do estrogênio pra me sentir bonita, e ele no momento está afogado por tanta progesterona que circula nesse corpinho (que já não está mais tão inho, por sinal!)
Fui a um outro hospital ontem, acompanhar um serviço, e quando saí de lá e me vi no espelho, deu vontade de chorar! Mas claro que não chorei! Tomei uma decisão! Projeto "mãe bonita" já!
Fui a uma loja aqui em São Paulo, na mesma hora, para gestantes, que eu já namorava há algum tempo. Sinceramente, não gostei. O atendimento beeeeem fraquinho, roupas para gestantes de 35 anos e não de 25, e extremamente "overpriced". Se fosse marca deles, com coleções próprias e talz, beleza. Mas vi que era um multimarcas, com vários itens de qualidade duvidosa perto de roupas boas, e tudo caro.
Experimentei tudo o que quis, me senti bem... mas não levei.
Em casa, entrei no site da "Menina e meninas" e da "Emma Fiorezi", e encontrei quase todas as peças que vi na loja, porém com preços muito menores para comprar no site ou na José Paulino. Então, semana que vem, Zepa, aí vou eu! Já dei umas indiretas pro Maurício (e aqui segue a direta), que preciso disso para viver!
De qualquer forma, a mudança já começou: fiz "a" limpa no armário, dei muitos sapatos, bolsas e roupas e só fiquei com coisa boa. Ontem saí bem arrumadinha, de vestido, cabelo escovado, perfume... e hoje fui trabalhar mais arrumada também. Já começou a melhorar!

E para o fim-de-semana? Vamos organizar o chá-de-cozinha de uma de minhas melhores amigas e agora, afilhada! Como vai ser na casa da minha mãe, vamos "respirar" a festa o sábado todo. Não vejo a hora! Melhor notícia ainda é que segunda-feira é feriado em São Paulo e eu só volto pra cá na segunda à noite! Demais!

Ah, momento agradecimento. Por mim já estaria no vigésimo sono, mas como está tendo festa junina na PORTA do meu quarto aqui na moradia, e a coisa vai longe, nada melhor que escrever, ler, arrumar a mala e treinar a concentração pra dormir!

Bjus!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A incrível saga da Moradia dos Residentes

Pois é. Quando nós nos casamos, em 2009, era pra morar de aluguel, tudo bem. Só não sabia que iríamos alugar um apartamento tão lindo na zona oeste de São Paulo (e eu ainda reclamei dele um dia, meu Deus!). Com os presentes que ganhamos, conseguimos mobiliar tudo, e parecia casa do The Sims, sabe. Tudo separadinho, nada embutido. Sofá, mesa, rack, cama king size pra satisfazer o gosto do marido recém saído do forno e até meu sonho de consumo: uma cristaleira para todas as taças que ganhamos.
E assim ficamos, dois anos nesse lugar dos sonhos, com árvore que chegava até na sacada, rede pra descansar... nosso primeiro Pedacinho de Céu.
Até que a residência do Maurício terminou e, em comum acordo, achamos melhor ele ir voltando pra Curitiba, estruturar a nossa vida, e eu ficaria aqui, para o me último ano de residência. Confesso pra vocês que sofri mais nas semanas que sucederam a decisão do que quando ele foi embora de verdade.
Sabe aquela sensação gostosa de ver seu companheiro se realizando profissionalmente, agora de verdade, sem vida de estudante, ao mesmo tempo em que eu mostrava o quanto era guerreira ficando aqui?
Mas aqui, aonde? Acontece que próximo ao Natal fomos a Curitiba e após procurar vários sobrados, descobrimos um apartamento di-vi-no, do jeito que queríamos, no local que gostávamos, novinho, prontinho, e, o melhor... no precinho camarada! Já contei pra vocês que a gente é bom no pensamento positivo? Pois é.. a gente é mesmo!
Maaaaaaas, pra comprar o nosso lar, não dá pra manter apartamento grande em São Paulo, néam? Foi quando tive a brilhante ideia de morar dentro do trabalho! Olha que beleza! Uma merrequinha por mês, quarto individual, três refeições por dia e sem precisar de carro na maioria dos dias! Garota esperta!
Quando o Mau veio e conheceu o quarto, me deu o aval de que, sim, era muito simples, mas ele ficava muito tranquilo com a minha segurança aqui.
É claro que as rosas têm espinhos! Pra falar a verdade, é tipo uma espada mesmo, bem afiada: o banheiro coletivo. Dividir o banheiro com uns 50 homens é o desafio dos deuses! Mas, até aquele momento, esse era o único problema.
Acontece que, nesse ínterim, eu e o Mau discutíamos sobre quando ter filhos. Eu queria engravidar já, e ter no final do ano, e ele queria que engravidássemos no ano que vem, para curtirmos juntinhos a gravidez toda. É óbvio que ele tinha razão, mas quem não conhece a Mariana aqui, que me compre! Lutei, lutei e ele concordou em iniciarmos as tentativas em Novembro ("não é em Outrubro, viu?"). Fiquei super feliz, satisfeita, a ansiedade baixou muito. E, como a gente estava em esquema ponte aérea mesmo (bem capaz! Era ponte rodoviária, tá?), e eu com os spottings de sempre (é aquele sangramento chato no meio da cartela do anticoncepcional), resolvemos parar de usar métodos e ficar "cuidando", pfffffffffff. Sim, comprovamos que a estatística dos tratados de Ginecologia está certa! O método da tabelinha, se bem realizado, tem taxa de falha de 33%. Engravidamos no 3o mês! Depois eu conto como foi (que eu contei a notícia, né, manezada!)
Aí a coisa se agravou um pouco.... dividir o banheiro (mesmo sendo vários banheiros) com 50 homens, tendo que fazer xixi 9.000 vezes por dia começou a complicar. Cadê a mãe dessa piazada pra ensinar a fazer xixi no lugar certo? Eu juro que nisso não vou morder a língua! O Vicente vai usar o banheiro que nem um gentleman, que nem o pai dele, que nunca me deu trabalho!
Bom, pra completar, o refeitório está provisoriamente há 12 meses ao lado do meu quarto... então aquele cheirinho de comidinha boa que antes me encantava virou o tormento do 1o trimestre da gravidez. Pelo menos o banheiro estava pertinho, hehehe. E eu conseguia deixar mais limpo que quando os meninos usavam!
Tudo bem, assunto banheiro parcialmente resolvido: em assembléia, o projeto de lei da vice-prefeita da moradia (eu!) foi votado e aprovado! Teremos um assento em cada banheiro de uso exclusivo feminino!
Eba!
Além disso, os enjoos passaram e eu até consigo comer essa comidinha daqui às vezes.
Quando penso que está ruim (como nesse fim de semana, quando achei 2 sapatos meus com a sola toda embolorada, pois aqui é muito úmido), eu agradeço! Penso no meu apartamento que está ficando com a nossa cara após a reforma, e nas histórias que vou poder contar pro Vicente... e agradeço!
O vovô Carlos (que ama modernidades) quase caiu pra trás quando veio conhecer a casa da filhinha... mas tudo bem, pelo menos já fazia 5 meses que eu estava aqui e eu já estava mais que acostumada com tudo isso.
Também tenho que agradecer o tanto de gente que conheci: residentes de todas as áreas (o que, além de tudo, é muito útil quando se tem pacientes complexas internadas), esposas de residentes passando um perrengue muito pior que o meu, muito mais longe de suas famílias, funcionárias da limpeza que são queridas demais.... e agradecer o tanto que estou ME conhecendo! Estou passando tanto tempo só (e fora do carro!), que não canso de me surpreender com a complexidade que somos, e com a simplicidade que podemos resolver tudo.

Desculpa o post enorme! Na verdade, desculpa nada! Deixa eu escrever! Leia só até a metade que tá beleza!

Beijos da Mari!

E no início era o Verbo...

Que gostoso!
Acho que encontrei uma forma de expressar tudo o que estou sentindo nesse maravilhoso ciclo de gravidez. Confesso que comecei um diário à mão... mas pra quem usa o computador desde pequena (sim, filha de pai programador!), não estava sendo muito produtivo abrir a agendinha, sabe.
Sou médica residente em Ginecologia e Obstetrícia e achava que estaria preparadíssima para a tão sonhada gravidez. Em partes, acertei! Mas errei quando pensei que a minha formação fosse me dar respaldo. Todas as pequenas certezas que tenho são aquelas que vêm do fundo do coração, e foram plantadas pela minha mãe ou pelo meu pai em algum dia, e moldadas pela maneira Mariana e Maurício de ver o mundo.
Sim, nada como ter um marido-melhor amigo-pau pra toda obra-confidente pra tocar a vida junto!
Então, resistirei, mas não vou ficar postando coisas médicas aqui não!
Esse espaço é pra falar sobre ser mãe hoje! Mais do que mil exames, ficar magra, enxoval nos Estados Unidos (sim, gosto de tudo isso), estou escolhendo focar nos princípios da família que estamos construindo. Investimento com menos riscos, vocês não acham?
Eu mesma vou me surpreender, tenho certeza, em como, em alguns assuntos, sou "na contramão" do pensamento comum, do tipo "mil tecnologias para crianças" ou "escolas trilingues são fundamentais".
Na classe média brasileira, e especialmente na classe médica em que me encontro, mais ainda em São Paulo, onde se trabalha mais do que o corpo aguenta, há uma tendência incrível em comprar a consciência com dinheiro, tecnologia e "itens exclusivos". Eu sei que parece super fácil de reconhecer essas tentações no dia-a-dia, mas não é tão fácil assim. Quer dizer, pra mim, que sou quase uma recém-casada, no meio dos 20 e poucos anos e residente, é fácil optar por não comprar o tip-top da Daslu que vi esses dias... mas e pra quem ganha 30.000 por mês, todo dia 05, na conta, bonitinho? Será que é fácil?
Taí outra grande vantagem de ter escolhido ser mãe nova (as outras mil vantagens eu vou escrevendo com o tempo). A gente não tem muita escolha, e, no fim do mês, só sobra amor e carinho para o marido e para o bebê. Que bom, né?

Bom, chega de brainstorm! Vamos ser organizados, que nem prontuário médico (teoricamente) é. Pelo menos os meus são!

Meu primeiro post aqui vai falar de um assunto que está sendo chatinho pra mim, porque nunquinha na vida pensei que fosse passar, mas que no fundo tô me sentindo a maior guerreira do Brasil: estou morando na Moradia dos Residentes!

Aguardem o post logo, logo! Tá quentinho!

Beijos,

A Mari do Mau e do Vicente.